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História
Por: Museu da Pessoa, 20 de junho de 2017

"Cara, a gente ficou te esperando esse tempo todo."

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"Cara, a gente ficou te esperando esse tempo todo."

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Meu pai veio do Nordeste. Quem trouxe meu pai foi o irmão dele. Morava minha mãe e os primos com meu pai, tudo numa casinha pequenininha.

Meu tio era uma pessoa muito generosa. Ele andava com a gente pro campo de futebol, botava eu aqui, meu irmão aqui e andava comigo na mão. Ia pra beira do campo, comprava aquele monte de doces e tal. Ele tinha um black power, calça boca de sino. Por isso a gente chama Poesia Samba Soul, porque ele ouvia muito Soul Music e meu pai sempre ouvia muito Chorinho, Samba. Então, é influência dos dois.

E meu tio, cara, teve uma época que ele sumiu. Isso foi em 1988. Ele sumiu e apareceu. Tava trabalhando no Mato Grosso do Sul. Ele chegou lá na favela e foi o cara que comprou o primeiro pandeiro pra gente. Pegou todo o dinheiro que ganhou lá, que não era muito, e comprou um pandeiro e uma timba. Deu pra gente de presente e sumiu de novo.

A gente tentou achar meu tio em tudo que é lugar e eu sempre, a minha intuição, “ele tá vivo”. Eu falava: “pai, meu tio tá vivo”. E ele falava: “tá não, rapaz, você é doido. Ele bebia muito. Deve tá morto”.

Quando foi em 2015, eu tava na Suíça com a banda. Minha mãe me liga, chorando, e fala pra mim: “Claúdio, Seu Valdir apareceu”. Eu queria trocar minha passagem, queria vir embora. Comecei a chorar. Eu sempre senti que ele tava vivo, mas ninguém acreditava. Quando cheguei em casa, ele tava lá. Cara, você imagina? De 1989 até 2015 eu tive esperança que um dia ele voltasse.

Ele chegou com uma maleta, na ponta do escadão. Ele chegou pra um cara lá em cima e falou: “Ó, Gerson mora aí? Claudinho, filho de Gerson?”, com o jeito nordestino dele de falar. O cara falou: “Ih, meu, esses caras é famoso, só vive viajando pra Europa”.

Ele encontrou com meu tio primeiro. Falou: “Oi, tudo bem? Sou o Seu Valdir”, e ele falou: “Seu valdir tá morto, cara”. Ele teve que pegar o...

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