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História
Personagem: Neon dos Afonso Cunha
Por: Museu da Pessoa, 30 de novembro de -0001

“Agora eu posso existir”

Esta história contém:

“Agora eu posso existir”

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Eu nasci em 24 de janeiro de 1970, em Belo Horizonte. Era um sábado, uma tarde rosa laranja, como diz minha mãe, no céu de Oyá, nasceu alguém especial.

Eu me afirmei exatamente com dois anos e meio, disse: “Eu sou menina”. Não tinha outra menina em casa. Eu disse: “Eu sou uma menina”, com dois anos e meio. E aí você tem que ter uma série de... imagina: você não come carne, você não come feijão, filho de mineiros dizendo que é menina, dentro daquele contexto todo, eu também imagino o bug na cabeça deles!

Odilon Domingos da Cunha e Salete dos Afonso Cunha. Ambos, os dois, mineiros. Ele de Rio Vermelho e ela de Datas. É um casal muito singular, porque o meu pai é negro, de pele muito clara, embora ele não se declare negro, mas o meu avô por parte de pai é um negro retinto, descendente direto de um escravizado. Inclusive um escravizado que era um reprodutor, que vai se envolver com a sinhazinha, porque o marido morre e ela o leva pra dentro da casa grande e aí vem meu avô. E aí que casa com uma portuguesa da gema, uma descendente direta de portugueses, eu não convivi com esses dois avós. Da parte de mãe eu tenho uma avó que tem uma descendência alemã com não sei o que e um avô que é indígena com negro. E que até minha mãe também narra que a minha bisavó foi pega no laço. Eu estou narrando isso por quê? É muito importante essa construção porque, quando eu lembro da minha mãe, imediatamente eu lembro também da relação com a minha avó, que ela era muito próxima, que visitava a gente, que frequentava a casa, que era muito religiosa e tem um fascínio pelo cinza, que dialoga com como essa mulher se vestia, mais que com como minha mãe se vestia.

Eu sou a terceira que nasce, são dez irmãos, mais dois de criação, os outros que entraram e saíram, esses outros que eu não considero irmãos, mas que passaram por ela, que a chamam de mãe, que ela foi como uma mãe. Ela é um fenômeno! Imagina, essa mulher...

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