Museu da Pessoa

Uma admiração da vida que encontrou em seu trabalho

autoria: Museu da Pessoa personagem: Andréa dos Santos Estrela

Fundação Banco do Brasil
Depoimento de Andréa dos Santos Estrela
Entrevistado por Eliete da Silva
Brasília, 5 de maio de 2006
Realização Museu da Pessoa
FBB_CB017_ Andréa dos Santos Estrela
Transcrito por Luani Guarnieri Bueno
Revisado por Letícia Manginelli dos Santos

P/1 - Andréa, boa tarde.

R - Boa tarde.

P/1 - Andréa, qual o seu nome completo?

R - Andréa dos Santos Estrela.

P/1 - Andréa, qual o local e a data do seu nascimento?

R - Nasci aqui em Brasília, é, no dia 11/01/1981

P/1 - 1981?

R - Isso.

P/1 - Andréa, quando você entrou na Fundação Banco do Brasil?

R - Eu entrei na Fundação Banco do Brasil no final do mês de junho de 2004.

P/1 - Ah... Você já conhecia a Fundação, e os projetos sociais da Fundação?

R - Não, não conhecia.

P/1 - E como que você veio pra Fundação?

R - Eu vim pra Fundação através de uma amiga que trabalha aqui, que é a Ana Cristina, né, e ela entregou um currículo meu, fiz a entrevista e fui selecionada.

P/1 - Ah. E, assim, de alguma forma, você tinha

um desejo de trabalhar na Fundação ou isso aconteceu assim ao acaso?

R - É, desejo de trabalhar na Fundação eu não tinha por não conhecer o trabalho, mas eu sempre fui apaixonada por projetos que atuam na área social, né, que trabalha de uma forma a contemplar as camadas mais desprivilegiadas da sociedade. E isso sim, eu sempre fui apaixonada por isso.

P/1 - E na Fundação, qual foi a sua primeira área que você veio trabalhar?

R - Bom, na Fundação a primeira área que eu vim trabalhar foi a Citec, que quando eu entrei era Ciência e Tecnologia e Cultura. E, nesse setor, a gente trabalhava com projetos voltados pra área da bioconsciência. Trabalhamos também com outro programa que era o Criança e Vida, que foi aí que eu mais me apaixonei de todos eles, e também bancos de tecnologias sociais. Então todos esses programas estavam dentro da Citec.

P/1 - E qual era, o seu trabalho específico lá na Citec, Andréa?

R - Bom, meu trabalho específico na Citec (risos), era, na verdade eu tinha muitas funções, né? Então...

P/1 - Pode falar!

R - Ordem de pagamento, eu fazia as ordens de pagamento. Controle de material de expediente, controle de material promocional, a gente respondia às cartas dos clientes do Banco que estavam interessados em algum patrocínio da Fundação e estavam desinformados quanto à verdadeira atuação da Fundação, né? Então, era isso que eu fazia além de outras coisas que são rotineiras de um escritório, né, fax, telefonema, recadinhos e solicitação de passagens, hospedagens, essas coisas era tudo eu.

P/1 - Andréa, você falou que, entre esses projetos aí que passaram pela Citec, o Criança e Vida foi o que você mais se apaixonou, por quê?

R - Bom, porque, é uma coisa bem particular minha. O que é o Programa Criança e Vida? ele trabalhava, ele atuava como? Com a criação do centro de diagnósticos do câncer infantil e também com o centro de tratamento do câncer infantil. E na minha família, a minha mãe já teve câncer, né? Então quando eu cheguei aqui na Fundação, e, a mamãe

tava no término do tratamento dela, então sinceramente eu fiquei (risos) muito apaixonada, porque, quer dizer, é uma coisa que eu passei de perto. A situação de ter uma pessoa com câncer na família, né, minha mãe, pessoa mais importante da minha vida e de repente eu chegar aqui e ver tanta coisa boa, tudo aquilo que eu sonhei atuar de uma forma, num dia só, que algum dia na minha vida, só que trabalhando em conjunto né? Então o que eu faço aqui é, eu não vou poder ver talvez o centro de tratamento e todos e tal e o fim daquilo né, talvez eu esteja longe. Mas fico realizada porque eu contribui para que aquilo acontecesse. Então, por isso que eu me identifiquei muito com o Projeto Criança e Vida e fiquei apaixonada por ele. Pena que quando eu cheguei aqui ele já estava no encerramento, né? Mas deu pra eu me inteirar do projeto e eu fiquei muito apaixonada por ele, mesmo.

P/1 - Ah, legal. Agora Andréa, você tem algum fato marcante

nesse período que você está aqui na Fundação? Tem algum fato, um causo, uma história, um momento, que se você sair da Fundação você vai lembrar dela? Tem alguma coisa que te marcou aqui?

R - Olha, agora você me pegou de surpresa! (risos) Bom, com certeza tem, mas assim, um fato marcante pra eu te falar agora...

P/1 - O que te lembra a Fundação hoje, Andréa? Se você saísse hoje, mudasse de emprego, o que ficaria? Você pensando assim rapidamente, o que ficaria pra você da Fundação?

R - Bom, o que ficaria pra mim da Fundação, o que eu carregaria comigo é a responsabilidade social, pra gente, o mundo é muito grande, né? Mas a gente fazendo a nossa parte, de repente pode ter alguém olhando ali você e você já está, de certa forma, influenciando alguém ou levando aquela pessoa a pensar de uma forma diferente e também, é, trazer o valor da responsabilidade social pra si, né, através da minha atuação, da sua ação. Então isso eu vou carregar comigo, porque esses valores pra mim, eu já cultivava eles, é, pela educação que eu tive no colégio, educação da minha mãe mesmo, então, a Fundação serviu pra reforçar todos esses conceitos que eu tinha e poder trabalhar de perto com tudo aquilo que eu sonhei quando era criança. Assim, pra mim é maravilhoso.

P/1 - Ah, legal. Andréa, então, como você vê o papel da Fundação pro desenvolvimento social do Brasil?

R - Olha, eu acho que é fundamental, porque, existem muitas camadas isoladas, desprivilegiadas da sociedade, pessoas carentes, né, e que o Governo não consegue atender todas elas, ou seja, não atende quase nada, essa é a realidade, não vou ficar enfeitando. E eu acho muito importante esse papel da Fundação, por quê? Porque ela busca saber aonde está precisando e ela atua de uma forma a não só resolver o problema ali na hora, mas ela dá uma solução que se a pessoa levar aquilo ali a sério, se a comunidade levar aquele projeto a sério, é uma solução pra vida toda, pode mudar a história de uma comunidade.

P/1 - Legal. Agora Andréa, como você avalia a sua atuação aqui na Fundação na sua trajetória profissional?

R- (risos)

P/1 - Como você avalia até esse período que você está aqui na Fundação. Você cresceu, como que foi, você se transformou...

R - Sim, com certeza eu cresci, né? E eu acho que como profissional eu me colocaria num rótulo de uma boa profissional. (risos) É, o que mais eu que posso dizer... E pra mim tem sido muito bom trabalhar aqui, eu cresci, como você me perguntou se eu tive algum crescimento aqui, crescimento sim, porque serviu pra confirmar aquilo que eu já acreditava, que a gente tem que ajudar um com outro, quem tem mais pode ajudar. A Fundação tem recursos que estão ajudando e mudando a história de muitas comunidades do país, principalmente na área rural, onde as pessoas são menos contempladas e isso pra mim é maravilhoso.

P/1 - Ah, legal. Andréa, e você assim, o que você acha desse projeto de registro da história da Fundação, dos seus 20 anos, e você está participando também da entrevista, o que que você acha?

R - Eu acho que, é, a história, ela é uma coisa muito interessante porque se você criptografar, ou seja lá, escrever uma história, se você deixar registrado aquilo ali, aquilo que passou, quem está lá no futuro vai olhar pra trás e vai poder compreender tudo que aconteceu. E eu acho assim, que o nosso passado, o passado da Fundação, ele é dignificante, e eu acho muito interessante vocês estarem fazendo esse documentário, né, porque serve pra registrar os passos da Fundação, e também pra gente saber os efeitos da ação da Fundação no Brasil, no país como um todo. E eu acho que por isso é interessante.

P/1 - Legal, Andréa. Bom Andréa, a gente em nome da Fundação Banco do Brasil e também do Instituto Museu da Pessoa a gente agradece pela sua entrevista!