Museu da Pessoa

Um hermano em terras catarinenses

autoria: Museu da Pessoa personagem: Alejandro Ariel Almiron

Projeto: Programa Concórdia Digital Formando Cidadãos
Entrevistado por: Gustavo Ribeiro Sanchez
Depoimento de: Alejandro Ariel Almiron
Local: Concórdia
Data: 26/04/2013
Realização: Museu da Pessoa
Código: CD_TM005
Revisado por: Leonardo Dias de Paula

P/1 – Então vamos lá Alejandro, para começar, vou pedir para você falar o seu nome completo, a data e o local do seu nascimento.

R – Bom, meu nome é Alejandro Ariel Almiron. Eu nasci na cidade de Maipú, na província de Buenos Aires, na Argentina.

P/1 – Legal, e eu queria que você já me contasse nesse começo, como é que foi um pouco essa passagem de vim para o Brasil, como é que você chegou aqui, como é que foi essa história.

R – Bom, eu vim para o Brasil com nove anos de idade, na verdade, eu morava… Eu nasci em Maipú, que é no interior, mas eu sempre morei em Buenos Aires e meu pai veio trabalhar no Brasil, foi contratado por uma empresa brasileira, né, e nós fomos, viemos juntos. Então, pra mim, eu sempre digo que foi uma oportunidade única ter vindo pro Brasil, porque com 9 anos de idade, eu tive que aprender um novo idioma. Tinha acabado de ser alfabetizado, a escrita, a leitura na Argentina e aprender tudo do zero num idioma que não é simples, não é fácil, né? Então, por isso que o meu sotaque é tão carregado assim [risos], mas a gente aprendeu bem.

P/1 – Bacana. E quando vocês vieram, vocês vieram pra qual lugar, onde vocês ficaram?

R – Nós viemos diretamente pra São Paulo, né? E a gente começou a estudar, morar em São Paulo. Eu estudei todo o ginásio, colegial e faculdade na cidade de São Paulo.

P/1 – Legal. E me conta um pouco desse período de adaptação. Quais foram as coisas mais difíceis, o que foi mais difícil nessa chegada?

R – Bom, a minha dificuldade pessoal não foi tão grande, né? Meus irmãos tiveram uma outra dificuldade, até porque eles são menores, eu sou o mais velho, então eles estavam ainda no meio do processo da alfabetização, foi mais difícil para eles. Pra mim, eu já tinha a alfabetização básica, né? Mas você ligar uma televisão no hotel, no dia seguinte de chegar da Argentina e não entender nada, isso é bastante difícil com idade nova, né? Então aí, você tem a lembrança dos seus amigos, tem a lembrança da tua família, tudo isso acaba, num período curto de tempo: ”ah, eu quero voltar. Não entendo nada do que falam, não consigo pedir nada no hotel…”. Nós ficamos em princípio num hotel em São Paulo, até a gente arrumar habitação, casa, então a dificuldade pra criança de 9 anos era ligar a televisão, na época passava o Bozo, né? E eu vi o palhaço ali falar e não entender nada. Então, isso é uma dificuldade, acho que normal, né? Aí depois, você vai entrando na escola, tem os coleguinhas que falam contigo, tu nem conhece. Não entende o que eles estão falando, a professora fala e você não consegue nem copiar no caderno, que mal você entende. Mas o surpreendente, no meu caso, e no caso dos meus irmãos, é a rapidez do aprendizado numa idade menor. Então, em seis meses, sete meses, eu já sabia falar, claro, tinha sotaque, mas sabia falar, sabia escrever, escutava, eu entendia, via televisão e entendia, então em um período curto, a gente conseguiu se adaptar nesse novo idioma e nessa nova cultura, né? E São Paulo é uma cidade muito grande, né, muito diferente de Buenos Aires. Em Buenos Aires, eu ia a pé pra escola, em São Paulo, eu já não conseguia, né? Alguém tinha que me levar. Então, essa dificuldade inicial de um país, de uma cidade e de uma cultura diferente.

P/1 – E dessa vida em São Paulo, assim, o que é que te marcou desse período da adolescência?

R – Ah, foi uma adolescência muito boa. Eu tive a felicidade de morar num conjunto de apartamentos, de prédios, de blocos de prédios, eram dois blocos, né, num único prédio. Então, tinham muitas crianças, muitas famílias e muitas crianças. Então, isso pra mim foi muito bom, porque tive contato com muita gente, né? Poder ter uma turma de amigos, uma turma até volumosa de amigos, ter brincadeiras, pega-pega, futebol, vôlei. Na época era a explosão do vôlei no Brasil, então eu jogava vôlei, fazia esporte. Vinha da escola, ia ao esporte, voltava pra minha casa 11 horas da noite, suado, pronto pro banho, pra deitar e acordar no dia seguinte, até, às vezes, morto também no dia seguinte. Mas foi uma infância muito bacana, muito legal. São Paulo, naquela época, os bairros que eu morava, era uma tranquilidade. A gente brincava na rua em São Paulo, tranquilo, o que hoje talvez seja mais difícil acontecer, mas na época, na minha infância, foi muito bacana. Bicicleta, skate, bola, na rua, às vezes, pega-pega, esconde-esconde na rua. Então isso em São Paulo, hoje em dia, é difícil, mas naquele momento foi muito bom.

P/1 – Legal. E das memórias da escola assim, tem algum professor que te marcou, algum fato que você lembra com mais propriedade da escola?

R – Ah, professor na escola era difícil conseguir segurar a gente dentro da aula, né? Porque lá no intervalo, lanche, a gente ia jogar bola, saía pro pátio, ia jogar bola, mas os professores que marcaram muito, né? Foi o professor de Educação Física, um cara muito… já com uma idade mais elevada, uma experiência muito grande, levava a gente em campeonatos, né? Estimulava muito a nossa participação na parte esportiva, então esse professor marcou muito. Depois, no segundo grau, os professores de Matemática, professor de Química, né, que veio a ser a minha especialidade. Depois, são caras que tinham, ali naquele momento, uma didática, uma paciência, né? Pra nos incentivar nos estudos, nos incentivar a acreditar na gente, participava junto, uma escola até relativamente pequena, que a gente tinha muito contato com os professores, né? Então, foi uma parte de educação muito importante, que até hoje eu carrego diversos exemplos bons em que eu tento talvez passar e cobrar dos professores da escola dos meus filhos, ou eu passar pros meus filhos esses conceitos adquiridos naquela época. Uma época que eu lembro com muita saudade.

P/1 – Legal. E você falou um pouco da coisa da professora de Química, como é que se deu esse caminho assim, como opção?

R – É, na verdade, no terceiro ano, tu tem que escolher o que tu vai fazer e eu tinha muita… eu sempre gostei muito de Matemática, de Ciências em geral, né? Eu sempre gostei muito de Matemática e de Química e eu ia bem na escola, tal, né? E foi o momento de decisão e eu conversei com alguns professores, falei: “Acho que eu vou fazer Engenharia”, né, porque eu me identificava com aquilo, eu gostava. Até hoje eu gosto bastante de outras profissões ligadas à área de Engenharia. E eu vou fazer Engenharia e o meu professor de Química falou assim: “Por quê que tu não faz Química?”, e eu fiquei na dúvida: “Pô, Engenharia e Química, Engenharia e Química”, daí eu falei: “Quer saber? Vou fazer Engenharia e Química”. E por sorte, ou por dedicação, por mérito, acabei ingressando na faculdade de Engenharia Química. Aquilo eu gostei, era uma coisa que eu tinha afinidade, me interessava, era uma faculdade bastante interessante, né, no conceito e acabei conseguindo me formar e hoje, não atuo nessa área, mas a Engenharia Química, eu acredito que todas as engenharias em geral, mas a Engenharia Química, ela me deu uma base de conhecimento que eu posso aplicar em diversos negócios, em diversos ramos de atividade e isso eu acho que foi muito importante para o meu desenvolvimento profissional.

P/1 – E qual foi a primeira experiência profissional?

R – Bom, como experiência profissional, eu fui estagiário numa indústria química, né, na Hoechst do Brasil. Aí ficava bastante longe da minha casa, eu tinha que me deslocar muito longe, isso também, de certa forma me atrapalhava em algumas coisas, mas foi uma… foi bacana. Assim, o trabalho desenvolvido lá, mesmo os orientadores durante o estágio foram muito importantes, né? Passei por várias experiências ali, pequenas. Depois, fui convidado para trabalhar… participar de um processo trainee na Ambev, né? Então o processo, já na sua origem, contemplava trabalhar e ser um mestre cervejeiro, um processo trainee longo, de quase dois anos e já previa, nesse processo aí, ser mestre cervejeiro. Participei de todo o processo de trainee, fui fazer o meu curso de cervejaria na Espanha, fiz um curso de aproximadamente um ano na Espanha, morar em Madri, né? Foi em Madri. Retornei pro Brasil e aí eu fiquei… já começando com as primeiras supervisões de área. Um cargo de liderança pequeno, né? Mas em uma certa área e eu fui encarreirando na companhia, passei por diversos implantes, por diversas funções e acabei estando saindo. Depois eu sai da companhia, mas como gerente de unidade. Então, eu fiz todo o “encarreiramento” de um trainee, né? O que seria o normal, trainee, e saí na minha função, não saí como diretor, mas como gerente de unidade, de uma unidade relativamente grande, né? Ou mediana, mas sim, fiz todo o “encarreiramento” durante esses quase 12 anos que eu permaneci na Ambev.

P/1 – Bacana. Você lembra o que é que você fez com o primeiro salário que você ganhou?

R – Eu lembro. No valor de hoje, era aproximadamente 800 reais, 700 reais, então foi bacana, foi bacana, foi legal, foi muito bom.

P/1 – Mas você lembra o que você comprou? O que é que você fez?

R – Ah, não lembro, faz tanto tempo [risos]. Eu lembro que eu falei: “Pô, é um valor bacana!”. Um valor para quem tinha pouco recurso, né? Naquele momento foi muito importante, importante. Mas eu sempre fui um cara econômico, não devo ter gasto tudo numa vez só não.

P/1 – Bacana. Você falou um pouco das coisas da Ambev, como é que foi essa primeira experiência profissional numa indústria voltada para alimento, essa indústria um pouco diferente?

R – É, eu fiz… na verdade, eu fiz Ambev, depois eu trabalhei… trabalho hoje, atualmente na BRF, né? Também com alimentos. Mas quando eu fiz minha formação na Engenharia Química e fiz o meu estagio na Hoechst, eu via que indústria química conceitualmente, puramente química, não era uma coisa que me agradava. Então, quando eu tive o convite para trabalhar numa fábrica de alimentos, e fazer cerveja, que o negócio é químico, bioquímico, e ainda é bom pra tomar às vezes, né [risos]? Com os amigos, da maneira moderada, foi muito bom, né? Então, assim, trabalhar numa indústria de alimentos, trabalhar com produto, né? Que alguém tá lá… observa a qualidade daquilo, pode fazer uma escolha, né? É muito, muito bom. Então eu continuei nesse ramo de alimentos, vindo primeiramente para a Sadia, hoje BRF, onde a gente lida com alimento, lida com coisa boa, lida com coisa gostosa, lida com coisa muito boa pra gente. O cara olha aquela marca e escolhe, então quando a gente vai no mercado e vê que a pessoa escolhe um produto nosso lá na gôndola, né, sem você falar nada, isso te dá de certa forma, um orgulho, de falar: “pô, aquilo foi a turma nossa que fez, né?”, “eu colaboro com aquilo, eu colaboro com uma alimentação da população, né?”. Então isso é uma coisa muito gratificante, né, muito gratificante. Talvez tenha outros ramos de atividade que as pessoas não se sintam tão felizes de produzir, mas eu me sinto muito feliz em fazer parte desse time, desse grupo, que faz alimentos que hoje tá no mundo todo, né? Isso é muito legal.

P/1 – E antes de entrar na Sadia, eu queria que você me fizesse um balanço: quais são os seus maiores aprendizados na Ambev?

R – Na Ambev, um dos maiores aprendizados que eu tive, eu “tava” até conversando com alguns colegas nessas últimas semanas, é disciplina, é o receber o mérito, merecer você encarreirar na tua profissão, é a disciplina, é buscar sempre tecnologia de ponta, ouvir sempre o cliente, estar no mercado, ouvir o teu consumidor, algumas… esses são alguns dos itens que eu trago comigo até hoje e levarei, provavelmente, pro resto da minha carreira profissional. Essa disciplina de saber executar, disciplina de fazer acontecer, disciplina de estar junto com o consumidor, com o cliente, né? Isso é uma coisa que eu tive muito enraizado durante muito tempo na minha profissão e na minha função, né?

P/1 – Bacana. E aí, você já comentou um pouco que a sua trajetória foi pra Sadia, como é que foi esse ingresso na Sadia, como é que foi esse começo?

R – Na verdade, a gente… eu acabei saindo da Ambev, e a Sadia era uma das minhas primeiras opções, de recolocação, eu vim buscar a ingressar, né? Por felicidade, participei do processo seletivo, diversos processos seletivos, e acabei ingressando na Sadia em Ponta Grossa, no Paraná, como gerente de unidade lá. E, inclusive, foi uma coisa muito gratificante, porque não se costumava trazer gerentes externos para assumir aqueles postos, aquela função, e eu consegui assumir aquela função. Foi um trabalho muito bom, durante três anos, a equipe lá… eu agradeço muito, né? É um trabalho muito gratificante, sair de cerveja, né, que eu trabalhei na Ambev e vir pra Ponta Grossa, na época, produzir pizza, lasanha, torta, sorvete, massa… né? É uma coisa muito bacana, que você tem o viés do líquido, virou o viés desses pratos prontos, né? Então é muito bom, é claro que o aprendizado é enorme, né? O time vai te ensinando e tu vai aprendendo e vai podendo colaborar com a tua experiência adquirida no longo dos anos com outros produtos, ou com outro processo, ou com outra mentalidade de negócio, né?

P/1 – E aí, em Ponta Grossa, qual que foi a sua trajetória lá na Sadia?

R – Na verdade, eu sempre fiquei lá como gerente de unidade, né? Durante os três anos. Aí, depois, eu tive um período relativamente curto, mas não é tão curto assim, eu ajudei também a poder… a acompanhar a produção, né, e ajudar na unidade de Tatuí, que fica 400 quilômetros dali, fica no estado de São Paulo. Uma empresa que tinha sido adquirida recentemente pela Sadia e a gente precisava colocar ela todo no modo da Sadia. Então, foi um trabalho feito durante uns anos, aí eu me deslocava. Uma semana numa unidade, outra semana, em outra pra poder auxiliar a equipe de Tatuí, que estava lá, a entrar para todos os processos Sadia, financeiro, controladoria, vendas, compras, produção, qualidade… então, a gente migrou tudo para o sistema Sadia. Então, profissionalmente, também uma oportunidade muito gratificante de poder colaborar com essa movimentação, com esse parceiro, que na época foi parceiro, virou próprio, implementar e inserir todo um sistema da companhia que existia no momento, né?

P/1 – Bacana. E hoje Sadia, agora BRF, como é que… você pegou inclusive a passagem, né, como é que é essa…?

R – Eu tive várias passagens, né [risos]? Eu tive a passagem da Brahma pra Ambev, da Ambev pra Interbrew, Interbrew pra outra, eu venho num mundo meio que de fusões aí. E, agora, Sadia e Perdigão fazendo a BRF, fazendo a BRF não, ainda construindo a BRF, que nós estamos num processo de construção, né?

P/1 – Então, conta um pouco o que é esse processo. Quando você fala que é um processo em construção, como é que é isso, essa coisa da fusão?

R – Primeira coisa é assim, é conhecer a turma do lado da Perdigão, conhecer a turma do lado da Sadia, né, se conhecerem pessoalmente. Depois, comparar e olhar os processos que cada uma fazia; e aí, criar padrões, criar procedimentos, criar sinergias, criar oportunidades, viabilizar o quê que cada uma empresa fazia de melhor, pra poder implementar isso numa empresa única, né? Hoje, nós estamos no processo de implementação de processos, de boas práticas, de melhorias para uma empresa única, com colegas vindo, da Perdigão e da fábrica da Sadia, com culturas muito parecidas, isso eu acho que foi uma das grandes… que tem sido, talvez, o processo facilitado, que vieram de origem e de culturas muito parecidas, muito próximas, até por região, né? As duas matrizes ficam em Santa Catarina, muito próximas, né? Então, isso, por tudo, tem tornado o processo de confecção e de elaboração dessa nova empresa, BRF, mais fácil, talvez se fossem empresas muito antagônicas, muito diferentes em regiões completamente diferentes, com culturas completamente diferentes, talvez tivesse sido um processo muito mais difícil, né? Não que tenha sido fácil, mas eu acredito que foi até, de uma certa forma, tem sido, de uma certa forma, mais tranquilo pela experiência que eu tenho de outras funções que eu vivi, né? Então, estamos no caminho, é um processo. Quando você tem uma empresa que da noite pro dia vira 120 mil funcionários, dobra da noite pro dia, é certo que você terá dificuldades na própria implementação de alguns processos, de algumas ideias, de algumas culturas, de uma metodologia, é um processo normal. Isso, ao longo do tempo, ao longo dos anos, ele vai se ajeitando, se ajustando, até realmente você criar uma empresa em que você não sabe de quem é que foi a origem, mas isso é um processo de maturação normal numa fusão desse tamanho, né?

P/1 – Legal. E aí, como que você chega em Concórdia, Alejandro? Como que essa história começa a acontecer aqui?

R – Bom, eu acho que eu fiz, junto com a equipe de Ponta Grossa, um excelente trabalho lá. A gente atendeu grande parte das expectativas, trabalhamos muito bem lá, com a equipe de lá e eu recebi o convite, né, de vir pra cá. O Cleomar Piola, ele assumiria uma diretoria regional e o lugar do Piola, em Concórdia, ficaria vago, recebi o convite do Hélio Rubens, né? O nosso diretor: “Alejandro, preciso de você e gostaria de te convidar pra ir para Concordia, você aceita?”, e na hora, eu disse: “Sim”, né? Sempre me coloquei à disposição da companhia pros desafios e acreditei que aquele momento era o momento que eu precisava buscar essa oportunidade para a minha carreira profissional e eu achava que naquele momento poderia contribuir também com a equipe de Concórdia, pra continuar conduzindo o sucesso que Concórdia sempre teve na sua história. Ela foi matriz, né? Da origem da companhia, faz parte da origem da companhia, sempre teve resultados muito bons, sempre foi, em muita coisa, referência. E, querendo ou não, né, a gente tem uma responsabilidade profissional de estar sempre melhorando. Então, como pessoa, como individuo, como profissional, eu aceitei de cara Concórdia e me sinto muito à vontade trabalhando aqui, muito bom. Aprendo coisas todos os dias, né? Eu já “tô” há três anos aqui, quase três anos, e aprendo coisas todos os dias, pra mim é excelente, muito bom!

P/1 – E do ponto de vista geográfico, mesmo cultural, como é que foi vir pra Concórdia com a família, como é que…?

R – É, na verdade assim, na minha vida profissional, eu passei por diversas regiões do Brasil, né? Então, eu vim pra São Paulo, fui estudar fora, voltei pra São Paulo, depois eu passei em Goiás, passei em Teresina, no Piauí, subi o Brasil, né? Vamos dizer assim, precisava retornar para o Sul, retornei pro Sul e encontro em Concórdia muitas… parte da cultura de Santa Catarina, que são muito próximas à minha cultura de infância, ou de nascimento da região onde eu nasci, né? Tomar chimarrão, gostar de um churrasco, fazer uma roda de chimarrão com os amigos, diversos itens da cultura daqui de Santa Catarina, disciplina, vontade, musica, às vezes, né [risos]? De vez em quando, a parte de CTG também, né? Que também é polarizado aqui em Santa Catarina, que acaba revertendo a minha origem, que a minha origem, se for falar com um cara de Buenos Aires, ele vai falar: “Ah, aquele lá é gaúcho”, né? Que é o gaúcho da Argentina e eu sou, por nascimento, gaúcho de lá. Então isso é muito bom, é muito bacana, é muito legal, quando você consegue se inserir na cultura de uma cidade, de uma região de uma maneira fácil, porque você teve isso na origem, né? De nascença, então você acaba voltando pra infância, de uma certa maneira, né?

P/1 – Legal! E aí, Alejandro, eu queria que você me contasse um pouco como é que é trabalhar na BRF, assim, como é que é o dia a dia, o cotidiano e sobretudo, aqui em Concórdia.

R – Bom, trabalhar na BRF não é simples, né? Não é uma coisa… ainda mais na nossa função, uma grande responsabilidade aí, liderando quase 5.600 funcionários aí, né, junto com os demais gerentes, sempre tem novidades [risos]. Todo dia tem coisa nova, né? Mas é muito… muito gratificante, eu acho que o aprendizado é o que me move, me motiva, acordar cedo e vir trabalhar, né? É, todo dia tem coisas pra fazer, tem problemas pra resolver, tem situações que você tem que utilizar, às vezes, a sua inteligência, a tua inteligência emocional, a tua inteligência profissional e buscar recursos, auxílios, para as pessoas que precisam de uma orientação, de uma sequência, né? Mas é uma coisa muito gratificante, porque na contrapartida, você aprende muito. Você… todo dia você tá aprendendo coisas ou aperfeiçoando alguma coisa que você já sabe, mas aperfeiçoando, então esse item motivador é muito gratificante, é muito bom, é muito bom mesmo.

P/1 – E aí, a BRF tem uma coisa que é o investimento social. Eu queria que você falasse um pouquinho o quê é que é o investimento social?

R – Eu acho assim, que nenhuma empresa, ainda mais do tamanho e da inserção que nós temos na comunidade, no caso, em Concórdia, foi à origem sobre a cidade de Concórdia, faz parte do nome, do antigo nome Sadia, né, e sempre foi muito inserida na sociedade, teve impacto na sociedade, ela é muito… ela tem por obrigatoriedade, vamos dizer assim, ter um contato muito próximo e tem um contato muito próximo com a sociedade, né? Pros meus valores pessoais, valores de muitas pessoas que trabalham com a comunidade, seja no voluntariado, seja no CVC, né, mas o trabalhar no Instituto, junto com o Instituto BRF, hoje, estar inserido na comunidade, fazer trabalhos que seja voluntario, que seja direcionado, que seja capacitação, é muito bom, né? Você está inserido na comunidade, você pode trazer metodologias, sugestão, você pode trazer conhecimentos profissionais, você pode trazer, de repente, contatos que você adquiriu na tua parte profissional e isso, reverter e auxiliar a comunidade. Porque, afinal de contas, a comunidade somos nós, que estamos morando nela, inseridos nela, são os nossos funcionários que estão nela, são os filhos dos funcionários que estão na comunidade, são amigos nossos que estão na comunidade. Então, eu não vejo como um sacrifício ou como uma coisa difícil de fazer, eu acho que você tem por si só, como cidadão, que buscar auxiliar essa comunidade, né? O mínimo que você pode fazer é auxiliar essa comunidade, que você tá inserido nela, você não está alheio a esta comunidade. Então, auxiliar faz parte do nosso trabalho, mas como pessoa, não tanto como profissional, como pessoa, como indivíduo.

P/1 – E na sua fala, você mencionou o Instituto BRF. Pra quem não conhece, o que é que é, mais ou menos, o Instituto BRF? Qual é que é a perspectiva de atuação dele?

R – Bom, o Instituto BRF é um instituto patrocinado pela BRF, que possui diversos programas pra levar para a comunidade, participar junto com a comunidade, em benefício da comunidade, né? Então, é um trabalho muito bacana, é coordenado pelo instituto, a gente faz… tem planejamento estratégico, tem ações, que a gente executa, mas pensado pelo instituto e direcionado pelo o instituto, para diversas unidades e comunidades ao entorno da empresa.

P/1 – Legal. E Alejandro, quando você chegou a Concórdia, já tinha esse projeto que é o “Professores em Rede”, assim, que queria… quando você chegou, o que você ouviu falar sobre o projeto, o que é que você conheceu, qual era a ideia que te passaram sobre esse projeto?

R – Esse processo começou numa gestão anterior à minha, com o Cleomar Piola, né? Eu, na verdade, estou dando sequência ao que já tinha sido iniciado. Então, a inserção da parte digital e da parte de informática para os professores, junto com a prefeitura, né? Feito com outro instituto, a gente… dar sequência num projeto já iniciado, que se transforma numa… num trabalho dos professores, da capacitação dos professores, numa plataforma de trabalho, né, desses professores da rede municipal e que eles, em estando mais capacitados, conseguem transferir esse conhecimento pros alunos, ou se utilizar desse conhecimento para poder fazer melhores aulas, melhores preparações de materiais que estão sendo utilizados na didática do aluno. Pra nós é muito gratificante, né? Você estar auxiliando na capacitação profissional de um professor, que pode ser no dia de amanhã o professor do teu filho, pode ser no dia de amanhã professor de um amigo seu, pode ser no dia de amanhã professor de um colega de trabalho nosso, né, de um funcionário nosso. Capacitar, e esse professor, capacitado, poder ter condições de repassar esse conhecimento pro aluno que, no dia de amanhã, pode até ser teu filho, pode ser o filho de um amigo teu, isso é muito bacana, é muito bom, né? Você conseguir fazer com que uma boa ação, um trabalho desse nível vá para uma pessoa e depois você possa receber em troca, aperfeiçoado, é muito interessante.



P/1 – E aí, Alejandro, você falou um pouco do papel da BRF, teve o Instituto Jaborandi, a Secretaria, qual foi o papel da BRF, ela fez a articulação, o que é que ela fazia, né?

R – Em detalhes, em detalhes, assim, eu…

P/1 – Não precisa ser em detalhes, no plano geral.

R – Tá. Então, o instituto coordenou, né, esse trabalho do Instituto Jaborandi, junto com a Prefeitura. Na verdade, foi o mentor de como fazer, como sair do papel e fazer ele funcionar na prática, né? O instituto, claro, com todas as plataformas, com todo o conhecimento; a Prefeitura com a disponibilidade de professores, e o interesse em querer receber esse material e tudo isso sendo articulado pelo Instituto BRF, né? É muito bacana, você tem três entidades separadas, que por si só não conseguiriam fazer, concretizar um projeto e, sim, se juntando, conseguem concretizar esse projeto para benefício da instituição de ensino, né? No caso, os professores municipais e os alunos, né? Que acho que são os grandes interessados em todo esse trabalho coordenado por essas três entidades, que sozinhas, não conseguiriam fazer, né? Mas sim, na junção, como grande… a maioria das coisas que a gente consegue, tem que juntar mais de um pra conseguir, né? Um sozinho, às vezes, não consegue fazer tudo, ou não sai do jeito que seria interessante.

P/1 – Eu queria que você falasse um pouco dessa parceria público e privado, assim, você acha que ela é uma alternativa, ela leva a solução pra projetos, como… quais são os ganhos e benefícios de uma parceria entre o setor público e o setor privado?

R – Eu sempre enxergo, enxerguei, né? Eu tenho dado continuidade em diversos itens no nosso relacionamento, porque eu acredito que o município, ele… uma parte de Prefeitura e de outras áreas, né, do município, tem que estar inserido junto com as empresas, com os empresários, com as empresas, né? Você tem funcionários que de manhã, colocam o crachá e são funcionários da empresa, mas saindo daqui eles são… trabalham, trabalham não, mas se dedicam a uma sociedade de diversas formas, né? E que a prefeitura enxerga essas pessoas não somente como “fulano, funcionário da BRF”. Não, fulano de tal tem trabalhos voluntários, participa de comunidades, participa de igrejas, de comitê de desenvolvimento, ações de moradores, da igreja, ou os próprios trabalhos que a prefeitura faz, né? Então esse emaranhado e essa rede de contatos, rede de… vamos dizer assim, de trabalhos, em conjunto, acho que são fantásticos, né? O interesse tem que ser o mesmo, no momento que o interesse for o mesmo, de se tornar um cidadão melhor, dar condições pra um cidadão melhor, capacitar um cidadão melhor, de ter um emprego que possibilite a ele ser uma pessoa melhor e contribuir com a sociedade de uma forma positiva, não tem como não ser muito bom pra todo mundo, né?

P/1 – Bacana. E a tecnologia é uma premissa, por exemplo, pros trabalhos da BRF no dia a dia. O quê que você acha que a tecnologia agrega para a educação? Quais são os benefícios que esse projeto traz, de trazer a tecnologia…

R – É, hoje nós estamos… eu me lembro que quando eu era criança, que eu estudava no caderno de caligrafia, né? Hoje, não é que não existe o calligraphie cahier, existe, às vezes, a criança não sabe que existe, mas existe, né? Agora, hoje, o mundo que nós vivemos hoje, com essa era digital, com os tablets, com os computadores, com os notebooks, com o sistema bluetooth, com diversas ferramentas que os adolescentes, as crianças vêm tendo contato ao longo dos últimos anos, vou falar isso, até pelos meus filhos, fazem com que o professor, fazem com que o sistema de ensino, o sistema educacional, ele tenha que ser diferente, talvez do que foi no passado, em questão de ferramenta. O conteúdo talvez tenha que ser o mesmo, estudar, aquela Matemática elementar, Português elementar, História elementar, vai ter que estudar. O conteúdo provavelmente será… é o mesmo, mas as ferramentas que utilizam, para te passar esse conteúdo, você vê que está em processo de mudança e eu “tô” falando isso de uma geração muito nova, que tá acostumada, ou tem se acostumado com essas ferramentas novas de poder ler, né? Hoje o cara pode ler um texto, né, Wi-Fi num tablet dentro de ônibus, por exemplo. Antigamente, era o livro, pegava o livro, levava na mochila, pegava o livro e lia, né? Então, são ferramentas diferentes, que a gente tem que ir se adaptando e o sistema de ensino, a educação dos próprios pais terem que buscar essa inovação, esse ensino novo, né? Esse ensino com ferramentas novas. O conteúdo provavelmente será o mesmo, mas a forma de passar, a metodologia de passar tem que ter imaginação ou métodos diferentes pra poder com que os alunos, com que os diversos estudantes consigam se manter interessados, né? Porque eles têm se acostumado com ferramentas que fazem com que a cabeça dele seja diferente do que foi a cabeça das gerações passadas, né? E provavelmente, o futuro será diferente dessa atual, né? Isso é muito bacana.

P/1 – E como é que você avalia os ganhos do município com o projeto? Assim, o que é que o município ganhou, qual que foi a contrapartida que ele tem hoje, né?

R – Bom, o principal ganho, acredito que do município é que teve pessoas mais capacitadas, né? Então a capacitação com esse projeto, o trabalho que foi feito com o “Professores em Rede”, todo o sistema de absorção do conhecimento, eu acredito que isto está sendo já revertido. Eu sei que já existem pessoas qualificadas, parceiros multiplicadores. Então, isso talvez não tenha fim, você sempre com pessoas mais capacitadas, com pessoas mais qualificadas, você consegue repassar esse conhecimento e gerar novos conhecedores das ferramentas, das metodologias pro futuro, né? Isso eu acho que é uma grande contribuição que o município teve, receber capacitação, conseguir passar pros alunos e conseguir multiplicar isso. Isso é um trabalho que o município, ao meu ver, teve de melhor.

P/1 – Legal. E qual foi o resultado, o que é que você acha que deu tão certo o projeto, pelo fato dele continuar, o que é que você percebe, o que você ouve falar das pessoas?

R – Primeiro que eu acredito muito que para qualquer projeto, especificamente nesse, dar certo, ele… os institutos, ou as entidades envolvidas nele têm que acreditar, né? Se a pessoa faz por obrigação, acho que não fica muito assertivo, mas sim, acreditar e eu acho que a maior contribuição foi acreditar desde o começo, acreditar que cada um tem a sua especialidade, o instituto tem a sua especialidade. O Instituto Jaborandi tinha a sua especialidade e a Prefeitura tinha a sua necessidade, né, como a sua especialidade. Juntar isso num único projeto feito com várias mãos e poder corrigir no momento em que achava que aquilo não “tava” muito na forma que eles gostariam, isso eu acho que é o que deu certo. É um sucesso até por isso, primeiro, pela capacidade de querer e, segundo, pela capacidade de querer trabalhar junto, esse eu acho que foi o grande sucesso do projeto.

P/1 – E qual é a perspectiva de continuação hoje, como é que… em que pé que “tá” o projeto?

R – Bom, o projeto, ele tem sido dado sequência, né? Com a multiplicação desse conhecimento, com a utilização dessas ferramentas adquiridas e aprendidas pelos professores. Então, como eu disse, né? Isso… existe uma enorme possibilidade disso se perpetuar e de continuar e se multiplicar, o que para todos do município é muito bom, né? Você poder criar um embrião e hoje, ele se transformar em várias multiplicações daquele embrião.

P/1 – Bacana. Em relação ao projeto tem alguma coisa que eu deixei de te perguntar, que você gostaria ainda de falar, do “Professores em Rede”?

R – Não, acho que não. Acho que tá tranquilo. Foi muito bom.

P/1 – Então, deixa eu voltar um, pouco pra tua vida pessoal. Queria saber um pouco do Alejandro pai, como é que é o Alejandro pai?

R – O Alejandro pai, numa empresa desse tamanho, não é fácil, né? Você tem que se dividir com algumas tarefas, né? A mãe ajuda bastante, a mãe, eu tenho de auxiliar, eu sou pai de três filhos, né? Felipe de 9 anos, a Mariana, de 8 e o Luca, de quase 2 anos. Eu comecei de novo [risos], o processo de pai de bebê, né? Mas é muito gostoso, é muito bacana, muito, muito… eu sou muito feliz com os meus filhos, com a minha esposa, né? A gente poder criar eles… a gente, claro, sempre tenta dar mais do que a gente teve, propiciar condições melhores do que a gente teve e esse “propiciar” no mundo moderno, às vezes, é difícil, né? Alguns valores que a gente tinha e procura resgatar e mostrar pras crianças que aquilo será importante no futuro. Mas hoje, os valores são um pouco diferentes, né? Então, você tem que também se adaptar nesses novos valores, nesses novos conhecimentos, né, nessa nova ansiedade de informação, de tecnologia, disponível pra tudo. Então você, às vezes, tem que pegar um… e pescar no interior, ir pescar no lago, levar pra cidade de origem, que eu costumo fazer isso com os meus, né? Vou lá pra minha cidadezinha, que as pessoas andam… quase que dormem de porta aberta, andam à vontade, né, pra eles… mostrar… e também pros avós em São Paulo, onde você vê aquele trânsito todo, aquele mundo de negócio, aquele mundo de oportunidades. Então, eu tenho procurado muito mostrar e viajado em época de férias, em época de lazer, viajado com eles pra mostrar que o mundo é feito de muitas oportunidades e muitas escolhas, né? As escolhas estão nos valores que eles têm e no que eles querem para o futuro deles. A minha função, como pai, é tentar corrigir quando eu percebo algum desvio, mas muito no sentido de mostrar pra eles o que eles têm de oportunidades, de opções, né? Eu acho que isso vai criar eles pessoas mais inteligentes no sentido de escolha e mais seguras nas escolhas que eles forem fazer no futuro, apesar de que não tá muito longe, né? Mas logo, logo, talvez eles saiam pra estudar, ou se desenvolverem profissionalmente, mas você tem que prepará-los pra isso, né? Afinal de contas, não dá pra segurar no colo o tempo todo, né? E pra mim é uma delícia! Ser pai pra mim é uma maravilha. Ouvir a… quando chega em casa, né? Que você tá… o dia inteiro trabalhando, às vezes, o trabalho é bastante sobrecarregado, você chega em casa e ouvir: “Pai!” feliz, né? Pai com sorriso não tem preço.

P/1 – Bacana. E pra fechar Alejandro, eu queria perguntar quais os seus sonhos hoje?

R – A gente quando vai amadurecendo profissionalmente, você vai mudando de sonhos, né? Então, você tem diversos sonhos, você tem sonho de trabalhar numa empresa importante, interessante, que faça trabalhos tanto sociais, quanto bem pra sociedade com os seus produtos, com os seus valores, isso é muito bom, né? E você vai fazendo algumas escolhas, né? Nos últimos anos, eu tenho aprendido muito em processos novos, em produtos novos, pessoas novas, metodologias de gestão novas. Eu tenho aprendido bastante e o meu foco tem sido também ensinar bastante. Então assim, eu acredito que eu ainda sou bastante novo, até de idade, né? Mas eu adquiri alguns conhecimentos na minha carreira profissional, interessantes. E eu tenho procurado repassar isso pras pessoas que trabalham comigo, junto comigo, pra poder mostrar opções diferenciadas para essas pessoas de exemplos, né? Então, eu tenho tentado me focar em aprender bastante e em aprender bastante, né? o sonho que a gente tem é ser um profissional melhor, um líder melhor, um pai melhor, um cidadão melhor, né? Isso são os sonhos que a gente trilha durante a nossa carreira, né? Então eu espero… e eu tenho conseguido, eu “tô” feliz como eu sou, né, em todos esses itens: pai, pessoa, individuo, profissional, né? Eu me sinto muito feliz, gosto do que eu faço, aprendo bastante, ensino bastante e

a vida é pra gente ser feliz, né? Se a gente não tiver feliz na vida, não tem muito sucesso como pessoa.

P/1 – E pra fechar então, eu queria só te perguntar como é que foi contar um pouquinho da tua trajetória, como é que foi ser entrevistado?

R – Foi muito tranquilo, foi muito tranquilo. A gente quando vê uma câmera na nossa frente… a gente não tá costumado a ver isso no nosso dia a dia, né? Os holofotes não fazem parte da nossa vida, mas foi bem tranquilo, bem descontraído. Acho que a sequência de perguntas que foi feita e a maneira como vocês conduzem foi muito tranquilo, né? Pra mim, é normal, assim, foi conversar numa roda de chimarrão contigo é a mesma coisa, né [risos]? Foi muito bom, foi muito legal!

P/1 – Tá certo. Obrigado. Eu te agradeço.