Museu da Pessoa

Transformando lixo em arte

autoria: Museu da Pessoa personagem: Wilma Martins

Projeto: Instituto Ethos
Depoimento de: Wilma Martins
Entrevistada por: Julia (Bastos?)
Local: São Paulo
Data: 28/05/2008
Realização: Museu da Pessoa
Código: ETH_CB004
Transcrito por: Regina Paula de Souza
Revisado por: Flora Portellada

P/1 – Wilma, pra começar, fale o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – É Wilma Martins, eu nasci em São Paulo em nove de outubro de 1947.

P/1 – Qual é a sua formação?

R – Eu fiz curso normal e, depois, eu fiz um ano só de Ciências Sociais.

P/1 – E hoje em dia?

R – E outros cursos, aí, eu fiz vários cursos de marketing, de reciclagem de papel, fiz, ah, uma série de cursos aí, mas esses cursos rápidos, né? E sempre que tivessem a ver com o que eu estivesse fazendo no momento, com relação ao meu trabalho, o meu ideal de vida, sempre alguma coisa relacionada a isso.

P/1 – E, atualmente, em que você está trabalhando?

R – Atualmente, eu trabalho com reaproveitamento de materiais descartáveis, de agentes que envolvem técnicas diferentes ou algumas que já existem, a gente faz objetos diferentes, e, sempre com o intuito de serem objetos de uso, né? Que sejam úteis e que mostrem pras pessoas que você produz um lixo, que esse lixo não deveria, aliás, não deveria ser produzido, em primeiro lugar, mas já que se produz, né? Que tenha uma forma de dar utilidade pra esse lixo e uma utilidade com arte, também, e com acabamento, com uma cara bonita, não um acabamento que tenha cara de feito por criança, não que o que é feito por criança não seja legal, é legal, né? Mas quando você vai ensinar pessoas a fazerem coisas, mostrar pras pessoas que fazem alguma coisa com o lixo, que seja alguma coisa que ela tenha coragem de colocar na sua própria mesa, entendeu? Na sua própria sala, que tenha coragem de usar aquilo que já foi um lixo, né? Então, e que tenha uma cara como qualquer outra coisa industrializada, só que ela é uma coisa manual, é artesanal, é completamente artesanal.

P/1 – Como se dá essa atuação de vocês a partir dessas técnicas de reaproveitamento do lixo, de transformar o seu lixo em arte?

R – Então, inicialmente, a gente começou fazendo objetos pra venda e tentando vender, mas era muito cedo ainda pra isso, que as pessoas ainda não tinham consciência de que isso existia, de que o lixo existia, de você produzir o próprio lixo, de que era um problema o lixo, e, que poderia ser feito alguma coisa bonita com o lixo. Aí, começamos a pensar em ensinar as pessoas a fazerem essas peças que a gente fazia, né? Então, desenvolvemos técnicas muito simples, são coisas bem simples, formas simples de se trabalhar, que qualquer pessoa pode fazer, desde criança até um idoso, né? E começamos a ensinar, aí, quando a gente começou a ensinar a gente começou a perceber que, aí, o movimento no mundo estava mudando, né? E, principalmente, aqui no Brasil, agora se fala muito nisso.

P/1 – Que época que era esse começo?

R – O meu, o começo foi em noventa e, o meu, né, que eu comecei a mexer com reciclagem, foi em 1991, 1992, entendeu? Então, não era ainda uma época que se falava muito, até se falava, mas, não, o pessoal, assim...o povo mesmo não tinha ainda nenhum conceito formado. Não é que agora tenha, eu acho que ainda não tem, ainda falta, mas agora, pelo menos, se fala bastante a respeito, se ouve muito a respeito. Então, agora é mais fácil você mostrar um trabalho, era difícil de ver que isso era um trabalho, também, pra pessoas, as pessoas olhavam e falavam: “Tá bom, você faz isso. Mas você trabalha em que?” [risos] entendeu? Então, era difícil passar pras pessoas que isso era um trabalho, nessa época. Agora não, agora já é mais fácil, né? As pessoas já estão valorizando mais, e, principalmente, um trabalho artesanal, também, que é o que a gente faz, é completamente artesanal tudo que a gente faz, né? É feito a mão mesmo. [risos] Então, agora é mais fácil.

P/1 – Você se lembra, desse começo, de algum episódio que você tenha passado em função dessa falta de aceitação ainda?

R – Não, as pessoas me achavam maluca, né? Eu vivia numa cidade paradisíaca, que é Florianopolis, né? Nós vivíamos, o Ivan e eu. E eu comecei, eu pegava o meu carro e ia catando bananeira caída na rua, flor caída na rua, tudo isso, pra transformar em papel. Foi a primeira coisa que eu fiz de reciclagem, foi papel. E aí, o pessoal achava que eu era louca, porque no meu quintal tinha, assim, bananeira, folhas, tudo que eu catava do chão eu levava pra minha casa. Então, eles não encaravam que aquilo pudesse ser um trabalho, que aquilo pudesse ter algum valor, entendeu? Então, era muito estranho. [risos] Eu era olhada, assim, como uma pessoa estranha [risos]. Mas eles aceitavam, já, por eu estar num lugar diferente, né? E eu ser paulista, paulista fora de São Paulo é sempre olhado com outros olhos, né? Sempre acham que a gente, primeiro, que a gente tem tudo, né? Sendo que, que a gente não, não é que trabalha porque precisa trabalhar, porque trabalha por prazer, né? E, segundo, que a gente é diferente mesmo, a forma da gente se portar é bem diferente, né? Então, as pessoa já te olham te vendo diferente, não é? Então, é mais fácil em alguns momentos isso e em outros momentos é muito difícil, né, que você quer se integrar e não consegue, porque eles já te colocam como diferente, né? Então, não teve, assim, um fato específico, mas teve uma situação, né? Que foi interessante.

P/1 – E a visão diz que agora mudou um pouco, né?

R – Mudou, mudou, porque a televisão fala, o rádio fala e tem muitas feiras, né? Tem congressos, teve a agenda 21 que, também, contribuiu muito, né? Pra se falar muito a respeito. Então, todos esses movimentos, os fóruns, né? Foram disseminando muito conhecimento e se comenta muito mais né? Se ouve muito mais. E teve taxa do lixo, em São Paulo teve a taxa do lixo, começaram a perceber que lixo a gente tem que pagar até pra, né, dar destino pra esse lixo. Então, as pessoas, aos poucos, vão percebendo mais, e, agora é mais fácil por isso. E agora parece que está, também, se dando mais valor ao trabalho artesanal, né? O artesão está tendo mais chances, né? Antes, você não podia dizer que era artesão, artesão era uma coisa menor, era um trabalho menor, né? Atualmente não, está se valorizando isso. Então, eu acho que aí, também, é bem diferente, está dando chance pra muito mais gente. Aqui tem meios de sobrevivência também, né? Isso. É o que a gente tenta fazer também, é isso, é chegar nessas comunidades e passar um conhecimento que a gente tem, e, que pra eles pode ser até uma renda, né? Pode se transformar em renda esse trabalho, né? Então, é a nossa meta, mais ou menos, também, além, da nossa sobrevivência também, que nós sobrevivemos disso, certo? O nosso trabalho é esse, né? E pra mim não é só um trabalho, é um prazer, eu faço o que eu gosto e passei a minha vida inteira, praticamente, fazendo o que eu gostava, sofri muito por isso, né? Mas você não tem muitas chances no mercado, quando você faz o que você gosta e que não seja dentro do sistema, né, pré-determinado e tal, mas consegui [risos]. Estou conseguindo, né?

P/1 – Wilma, como que você conheceu o Instituto Ethos?

R – Foi em algum, olha, eu não sei precisar exatamente onde, quando, né? Porque a gente vai muito em congressos, a gente participa de muitas feiras e sempre recebe folhetos, recebemos comunicados pela Internet também, né? Então, foi mais uma coisa que eu não localizo, né? Então, eu participei de fórum de cultura, então, eu era de fórum de cultura da Vila Mariana que, também, não permaneceu, né? Como as pessoas não têm muita idéia do que seja fórum, né? Então, aí, não sei precisar exatamente onde, entendeu?

P/1 – Mas hoje em dia como que a sua atuação se relaciona com o Instituto, ou com a atuação do Instituto?

R – Não sei se há uma relação direta, há uma curiosidade minha de saber melhor o que está se pretendendo, o que está se fazendo, né? Quais são as dinâmicas, tudo mais. Então, eu não tenho uma relação direta, realmente, não. Mas tem a ver o meu tipo de trabalho, o meu objetivo tem a ver com os objetivos, né, da Ethos. Que está inserido nesse contexto social e tudo mais, né?

P/1 – E dentro desses objetivos que você tem em comum, assim, qual que você destacaria?

R – Olha, é mais o envolvimento nosso, do nosso trabalho com o social, entendeu? Com a sociedade, mais com aquelas comunidades carentes. A gente tem muito envolvimento com ONGs, também, da periferia, que são ONGs muito carentes também, né? Então, eu acho que é mais nessa área do olhar pro social, entendeu? Pro envolvimento dessas comunidades, que eu acho que tem mais a ver com o olhar que a Ethos tem com, a Ethos é o global, né? Mas o nosso é mais localizado, o nosso olhar, né? Então, eu acho que é nesse sentido que tem muito a ver.

P/1 – Tem bastante a ver com sustentabilidade?

R – Com sustentabilidade, é, exatamente.

P/1 – E como que você acha que esse processo de sustentabilidade tem se dado, assim, aqui no Brasil? Nesses 10, 18 anos, né? Que você já trabalha nisso há 18 anos pelo menos, né? E como você vê, nesses 18 anos, essa questão de sustentabilidade no Brasil?

R – Olha, eu sinto que no geral as pessoas ainda não estão entendendo muito bem isso, o que significa sustentabilidade, entendeu? Eu percebo que na, por mais que você, e eu percebo, ali, no micro, né? No meu pedaço. Então, no meu pedaço, quando eu coloco alguma coisa, que eu vou dar uma aula e que eu coloco porque que a gente está ali, né? Qual é o significado daquele trabalho e que se houver uma mudança de conceitos e de atitudes, o meu trabalho deixa de existir, concorda? Porque se você não produzir tanta coisa inútil que a gente produz, né? Tanto lixo, que vira coisa inútil, né? Eu não tenho mais o que fazer, eu faço, o meu trabalho é todo junto com o lixo, né? É todo a partir do lixo. E o que eu percebo é, assim, mesmo, assim, no micro não se tem ainda muita noção da sustentabilidade, do que o meio ambiente, que o meio ambiente é você, né? As pessoas ainda têm muito, assim, eu estou aqui e o meio ambiente está lá na Amazônia, o meio ambiente está lá na Mata Atlântica, não está aqui comigo, né? Não está no meu entorno, então, eu percebo muito isso. Então, eu não sei se ainda a gente pode dizer que está. As empresas estão participando mais, né? Eu trabalho muito, eu faço muitos trabalhos em empresas, né, eu sou chamada pra fazer alguns trabalhos em empresas e é pra conscientizar os funcionários das empresas, é um trabalho com os funcionários, quando a empresa está tomando alguma atitude com relação ao meio ambiente, por ser o meio ambiente, né? E que precisa que seus funcionários participem ativamente disso. Então, eu percebo que as empresas estão mudando o seu olhar muito pouco ainda, e, só com muito interesse próprio, só, também, né? Muito visando o próprio lucro, [risos] que é, infelizmente, é a realidade, né? Mas é assim que tudo começa, a partir daí ele está começando, né? A gente têm contato com muitas empresas de setores diferentes que estão, a gente teve contato com laboratório farmacêutico, com empresa de auto-peças e todas que, assim, auto-peças, o quê que eu vou fazer lá, né? Levei um susto quando fui contratada, mas é bom, que bom, né? Mas sempre são empresas ligadas à multinacionais, que tem o Japão na história, entendeu?

P/1 – Nessa empresas, assim, você se lembra de alguma coisa que aconteceu, uma história que te marcou com alguém, com algum funcionário que você estava conversando, de algum dia em que você esteve lá falando sobre isso?

R – Olha, o que me surpreende, duas coisas me surpreendem, na maior parte das empresas os funcionários não são obrigados a fazerem essas atividades que a gente é contratado pra dar, então, muitos que, quando não é em horário de trabalho são poucos os que se inscrevem pra participar, então, você já, daí, percebe que conscientização não está, ainda, existindo. Agora, o que eu percebo nos que participam, que tem pessoas, nesse de auto-peças, por exemplo, tinham duas pessoas ali, um rapaz que é operário, né? E que o cara é pintor, o cara tem, tem, assim, tem uma visão pra arte muito interessante, né? E você vê que não tem chance de desenvolver aquilo, porque é um operário, e, que essa chamadinha que a empresa deu pra uma coisa ligada ao meio ambiente, né? Deu chance pra ele mostrar que ele tem um outro lado, que ele tem o lado que é o operário e tem o lado do artista, que muita gente têm e nem sabe, né? Não tem chance de mostrar também. Então, o que eu acho, assim, que esse tipo de atividade que a gente têm nas empresas, né? Também, ajuda a empresa a deixar o funcionário trabalhando de uma forma mais feliz, ele vai gostar do trabalho dele, porque a empresa dá a chance dele mostrar um outro lado dele também, entendeu? Então, o que eu percebi foi nessa auto-peças, que veio um rapaz que ele era um artista, né? E era um operário. Se não fosse, ali, não teria chance de mostrar o outro lado dele e nem de desenvolver, também, esse outro lado, porque ali eu fui ensinar alguma outra coisa também, né? Ele acrescentou. Então, que eu lembro, assim, de cara, eu acho que esse foi o mais marcante.

P/1 - _________________ ?

R – Também, também, porque, aí, as pessoas participam da tua aula, né? Não fica aquela coisa obrigatória, aí, que fica aquela, né? Isso é até interessante no meu trabalho, porque, normalmente, a pessoa mesmo quando vai sem querer ir, quando é obrigado, em algumas empresas é obrigado, e, chega com aquela, né, aquela barreira toda, né? E, depois, no final está relaxadíssimo, participando e gostando do que está fazendo também.

P/1 – É, assim, dessa maneira mais local que é a sua atuação, e, também, de uma forma mais global como é a atuação do Instituto Ethos, né? Que você mesma definiu. Qual você acha que vão ser os maiores desafios nesses dois níveis, assim, de atuação, o seu, pessoal e do Instituto Ethos, por exemplo?

R – É, dentro do Instituto Ethos eu nem me sinto capacitada pra definir alguma coisa, é muito ampla a atuação, né, deles. Porque envolve o Estado, envolve todas as áreas, né? O meu caso é muito simples perto desse, né? Apesar de ser tão difícil quanto, né? Mas as dificuldades que a gente vai encontrar ou que está encontrando eu acho que são, são sempre as mesmas, né? Enquanto não conseguir ter uma atuação, principalmente, do Estado, né? O Estado tem que ter uma atuação mais precisa e exemplos também, né? O Estado, o importante no Estado é o exemplo, que é difícil, né? Então, enquanto não houver o Estado firme nessa área eu acho que fica mais difícil pra todos, mas é um caminhozinho a ser trilhado e que é nesse passo mesmo, né? É pedacinho a pedacinho, não tem outra forma, né? Então, eu acho que o grande desafio é envolver o Estado realmente e as grandes empresas. Aos poucos estão se envolvendo, já, porque elas já perceberam que pra elas é lucrativo, né? Em primeiro lugar. O Estado ainda não percebeu

que, também, pra ele é lucrativo, né? Em muitas coisas, não só nessas, né? Então, eu acho que a maior dificuldade é essa mesmo, o envolvimento do Estado nessas ações, que são ações em conjunto, né? Não é um sozinho, é uma ação conjunta. Então, na minha pequena visão assim é [risos].

P/1 – E no seu cotidiano de trabalho também, né? É essa a dificuldade que existe?

R – É a mesma dificuldade. A dificuldade das pessoas, primeiro: respeitar aquele tipo de trabalho; segundo: perceberem que elas podem fazer parte disso e contribuir pra que a gente não tenha mais esse tipo de trabalho, que eu não precise mais pegar o lixo da porta e transformar em alguma coisa, que o meu consumo seja consciente, né? Que quando eu compro, que eu falo pras pessoas: “Você compra esse lixo que você produziu. Você pagou por ele, né, você pagou por tantas embalagens, você pagou por todos esses saquinhos plásticos. Você pagou por tudo isso, né?” E, agora, o que eu estou fazendo é, assim, dizendo que você pode não gastar dinheiro com isso, né? Que você pode escolher coisas que tenham menos embalagens, por exemplo, né? E não produzir esse lixo. Então, mas já que você produz eu posso te ensinar a fazer coisas bonitas com esse lixo, então, que você vai usar. E esse lixo um dia vai voltar a ser lixo de novo, porque se são objetos que você usa vai, uma hora vai acabar, também, vai virar lixo, mas, aí, a gente vai pensar depois o que fazer com esse outro lixo [risos].

P/1 – Então, o Instituto Ethos, agora, está completando dez anos, né? Foi fundado em 1998. A partir de 1998, assim, nessa área que você atua, você tem algum fato, alguma coisa te marcou? Tem alguma ação do Instituto Ethos, nesses dez anos, dentro daquilo que é importante no seu trabalho que tenha te marcado?

R – Ah, agora eu não.

P/1 – Que tenha contribuído pro seu trabalho?

R – Ah, eu acho que essa atuação, esse difundir a sustentabilidade é tudo, tem tudo a ver com o meu trabalho, né? Então, eu acho que isso, mas um fato, assim, agora eu não sei te dizer, assim, um fato marcante! Eu não sei te dizer, em que momento que eu posso situar aí.

P/1 – Mas toda essa trajetória?

R – Toda a trajetória. Essa trajetória é a mais importante, entendeu? E que ela tem que ser ampliada, e, tem que ser continuada também, né? E o que depender da minha atuação e participação já existe [risos]. A participação existe.

P/1 – Tem alguma coisa que você queira falar, algum recado pra deixar registrado?

R – Não, eu acho que eu falei até bastante, né? É isso mesmo, é das pessoas perceberem que elas são o meio ambiente, a única preocupação que eu tenho é isso, que mesmo dentro das nossas casas a gente percebe que as pessoas que estão ao nosso lado não tem essa visão, né? Não percebem isso. Então, eu acho que o dia que as pessoas perceberem isso o meio ambiente estará preservado, as nossas vidas, também, estarão preservadas, entendeu? Porque a consciência é o que vai determinar o teu bom viver, né? E não o só ir vivendo, né? Por viver. Eu acho que eu já, eu falei um monte [risos].

P/1 – E o que você acha de falar um monte, de deixar aqui a sua trajetória, um pouco da sua história?

R – Não, eu acho que seria importante muitas outras pessoas darem seus depoimentos de vida, né? Porque, na realidade, o que eu dei foi um depoimento de um pedacinho da minha vida, né? E que, às vezes, isso, pra outros que ouvem esses depoimentos percebem que têm alguns pontos em comum e tem algum ponto que ali: “Olha, ali, alguém conseguiu fazer determinada coisa que eu pensei que não daria pra ser feito”. Então, eu acho que esses depoimentos são importantes pras pessoas perceberem os outros, né? Também. Então, a gente vive muito voltado pra si mesmo e eu acho que a gente têm que perceber o outro, né? Que existem, o entorno é muito importante também. As outras vivências são importantes, não só a nossa, né? Então, é esse conjunto de idéias que são lançadas no ar e que valem à pena serem ouvidas.

P/1 – Wilma, obrigada. A gente quer agradecer em nome do Museu da Pessoa por você ter compartilhado com a gente esse pedacinho da sua vida, e, a gente te convida pra conhecer o Museu, e, quem sabe, poder deixar lá sua história de vida mesmo, né? E não só a sua atuação...

R – Nessa área.

P/1 - ...nessa área.

R – Está certo.

P/1 – Está bom?

R – Está, eu é que agradeço a oportunidade.