Conheça dois projetos da nossa Linha Indígena: Vidas Indígenas Maranhão e Vidas Indígenas Patrimônios Imateriais Rio Negro

O Museu da Pessoa vem, ao longo dos últimos anos, se dedicando a apoiar comunidades indígenas por meio de suas atividades e projetos, contribuindo para a valorização de seu legado cultural.

Em 2022 e 2023, a programação do Museu da Pessoa busca provocar uma reflexão individual e coletiva sobre o legado, assim como o que podemos aprender com os povos originais sobre a relação da sociedade contemporânea com a Terra e todos os seres que nela habitam.

Os projetos Vidas Indígenas Maranhão e Vidas Indígenas Patrimônios Imateriais Rio Negro são iniciativas da Linha Índígena do Museu da Pessoa criadas para colaborar com a preservação das memórias e tradições de povos indígenas. Confira a seguir um pouco mais sobre os projetos:

Vidas Indígenas Maranhão

O projeto Vidas Indígenas Maranhão é uma parceria entre o Museu da Pessoa e a Vale que tem por objetivo a valorização de histórias de vida indígenas, através da sua preservação e disseminação. 

A iniciativa, que teve início em 2021 e será implementada até o fim de 2022, envolve pesquisas e produção colaborativa de registros de memória de três povos indígenas, no estado do Maranhão: Guajajara, Ka’apor e Awá-Guajá.

Jovens indígenas participam de formações e ações de registro, preservação e divulgação de histórias de vida da sua comunidade, por meio de tecnologia social do Museu da Pessoa e da produção audiovisual, e se constituem também como “Guardiões da Memória”.  Na experiência com os Guajajara, por exemplo, foi inaugurada, na culminância do projeto, a Floresta das Histórias nas Terras Indígenas Rio Pindaré e Caru: uma árvore foi plantada para cada uma das 44 pessoas entrevistadas, que contou a sua história, simbolizando a sua trajetória e a preservação das memórias indígenas. As histórias serão disponibilizadas, na conclusão do projeto, no portal do Museu da Pessoa.

De julho a agosto, o projeto avançou com os povos Ka’apor e Awá-Guajá.  Em agosto foi realizada uma oficina com 14 jovens indígenas da Terra Indígena Alto Turiaçu e 10 jovens indígenas das Terras Indígenas Caru e Awá. Na oficina foi apresentada a metodologia do museu e iniciaram a produção audiovisual das entrevistas de sabedores e sabedoras da cultura desses povos. 

Em outubro a segunda etapa dos trabalhos com os povos Ka’apor e Awá-Guajá será planejada e a previsão é que os trabalhos aconteçam em novembro e dezembro.  Na segunda etapa, as entrevistas são editadas e a culminância do projeto é construída com a comunidade.

O projeto Vidas Indígenas Maranhão é uma parceria entre o Museu da Pessoa e a Vale, por um termo de cooperação que tem por objetivo a valorização de histórias de vida indígenas, através da sua preservação e disseminação. 

Vidas Indígenas Patrimônios Imateriais Rio Negro

O projeto Vidas Indígenas Patrimônio Imaterial, criado pelo Museu da Pessoa e patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, visa registrar e valorizar memórias, saberes e experiências de pessoas relacionadas a grupos, povos originários, tradições pelo País.

O projeto contempla ações que visam a valorização de Patrimônios Imateriais reconhecidos e seus grupos detentores, nesta edição, na Região Norte do País. Através do registro e disseminação de histórias de vida, ações de formação nas comunidades, incentivo às trocas intergeracionais e estabelecimento de parcerias com associações locais, o projeto visa contribuir com o fortalecimento das comunidades detentoras e com a promoção de seus saberes e expressões culturais.

Nesta edição, o projeto contempla dois bens registrados pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Artístico Nacional):  Cachoeira da Onça/Iauaretê e  Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, que ficam na Amazônia; em parceria com a FOIRN (Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro).

O Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro  foi  registrado em 2010 pelo IPHAN, em nome dos 23 povos indígenas do Rio Negro. Trata-se de um conjunto de saberes, fazeres e seus modos de transmissão relacionados às práticas agrícolas locais. A Cachoeira de Iauaretê, localizada em Iauaretê, região de fronteira entre Brasil e Colômbia, foi registrada em 2006 pelo IPHAN como lugar sagrado dos povos indígenas dos  rios Uaupés e Papuri.

O projeto prevê a  formação de jovens indígenas dos dois territórios na Tecnologia Social da Memória, metodologia criada pelo do Museu da Pessoa, e contempla ainda a formação em audiovisual e conteúdos complementares: curadoria, mídias sociais e engajamento, negócios sociais e gestão de projetos.

A relações institucionais e governamentais do Museu da Pessoa, Rosana Miziara, responsável pela articulação de parcerias desse projeto, ressalta a importância desta iniciativa: “Temos que nos unir na preservação da cultura dos povos originários. As vidas indígenas são o futuro da memória. A causa indígena é de todos nós. Por isso é muito importante o patrocínio do Instituto Cultural Vale, para que a Tecnologia Social da Memória possa contribuir com políticas públicas para a preservação da cultura dos povos indígenas habitantes do Alto Rio Negro (AM)”.

O projeto Vidas Indígenas Patrimônios Imateriais Rio Negro está sendo viabilizado graças à Lei Federal de Incentivo à Cultura (PRONAC 20.4741).