Museu da Pessoa

Se fantasiando pela educação ambiental

autoria: Museu da Pessoa personagem: Luiz Fernando Ferreira Pol

Projeto: Cabine Trilhas da Natureza - São Bernardo do Campo
Depoimento de Luiz Pol (Árvore Triste)
Entrevistado por Breno Castro Alves
Local: São Bernardo do Campo - SP
Data: 12 de dezembro de 2009
Realização: Museu da Pessoa
Código da entrevista: TRIL_NAT_CB020
Revisado por Grazielle Pellicel

P - Breno Castro Alves
R - Luiz Pol (Árvore Triste)


R – Meu nome é Luiz Fernando Ferreira Pol.

P – Você nasceu aonde?

R – Nasci em São Paulo, mas sempre morei aqui em São Bernardo do Campo (SP).

P – Que dia?

R – É, então, dia 10 de outubro de 1988.

P – Eu quero saber qual é a tua memória mais antiga, da tua infância.

R – Acho que foi o primeiro dia de aula em uma escola aqui de São Bernardo. (pausa)

P – Memória mais antiga, vamos lá Pol.

R – Então, é, acho que foi o meu primeiro dia de aula no Jardim Três. Eu lembro de alguns flashes das crianças muito desesperadas, mas ia tranquilo assim pra conhecer todo mundo. Foi bem interessante. Não sei quantos anos que eu tinha nisso, mas faz muito tempo.

P – Fala um pouco mais sobre a tua infância, sobre como foi isso.

R – Ah, brincar na rua, né, sempre. Todas as crianças, na época, brincavam muito na rua, bastante bola e tal. A rua era bem calma também. Hoje, né, é meio diferente com computador e tudo mais, né?

P – Qual é que era o bairro?

R – O bairro Assunção, sempre morei no bairro Assunção também.

P – Entendi. Fala um pouco pra mim sobre seus pais.

R – Meus pais, ah, os meus pais, os dois são de São Caetano do Sul (SP), mas vieram já pra cá já há bastante tempo. Os dois nasceram lá, estudaram lá, eles têm bastante história de lá, mas acho que uns cinco anos antes de eu nascer, eles vieram pra cá.

P – Por quê?

R – É, por causa de trabalho principalmente, porque aqui cresceu bastante, né? Naquela época, estava crescendo. Cresce até hoje. [Vieram] por trabalho mesmo.

P – Seu pai veio fazer o quê?

R – Ele veio trabalhar com automóveis, né? Era um lugar bem grande pra isso, tinha a Volks, né, ainda tem, e foi pra isso. Aí minha mãe também conseguiu um trabalho por aqui.

P – Entendi. Como é que é o Assunção hoje? Cara, descreve um pouco o bairro, a vida nas ruas. Enfim...

R – Bom, o bairro é um dos bairros bem grandes da cidade, né? Só que é bastante diversificado. Tem uma parte um pouco mais pobre, né, de periferia, tem uma parte... (não tenho, moço) E tem uma parte, assim, mais de classe média. Na rua, em geral, é bastante tranquilo, não tem tanta incidência assim de assaltos, né, violência. É uma parte de São Bernardo bem gostosa. Eu gosto bastante de morar lá até hoje, [e] não pretendo sair.

P – Você moraria em outro lugar, sem ser São Bernardo?

R – Bom, moraria, mas tem que pensar ainda porque eu gosto bastante de São Bernardo. Eu não tenho interesse em mudar por enquanto.

P – Fala um pouco, por que você está vestido de árvore, cara?

R – Porque, bom, pra entreter as crianças aqui do lugar e conseguir chamar elas para as brincadeiras bem interessantes que estão tendo aqui para elas.

P – Qual é que é mensagem que você quer passar?

R – A mensagem é a lente que eu tenho várias mensagens aqui, que é para as crianças verem que uma árvore toda destruída, triste, o porquê disso, né? O que é que acontece pra ela ficar assim, e aí as crianças entendem e não jogam mais lixo, não pretendem jogar mais lixo ou arrancar folha, essas coisas simples, mas que não tem árvore viva e boa no seu lugar, né?

P – Isso é uma iniciativa, é um grupo ou individual?

R – Então, a gente está pela SOS Mata Atlântica aqui que tem algumas das atividades do lugar. Eu, como árvore, estou enviando as pessoas para todas as atividades do lugar, não só da SOS, mas eu vim chamado pela SOS Mata Atlântica mesmo, pra cá.

P – Então, pra terminar, me dê uma opinião sobre São Bernardo, tipo, como é a tua relação com a cidade...

R – Ah, é uma cidade, eu acho muito boa, na divisa com a capital São Paulo - a grande cidade do Brasil. Tem muita oferta de trabalho, várias ações também de preservação, tem no Parque do Riacho Grande várias partes de preservação. O Parque, né, do Riacho Grande, que tem zoológico também. Uma cidade bem estruturada, eu acho assim e muito boa de se viver. É grande a cidade também e tem de tudo. Eu acho, né? Tudo que alguém precisa pra viver bem.

P – Você participou de alguma dessas ações ou na tua empresa ou na SOS Mata Atlântica?

R – Já participei de plantio de árvores no corredor de trólebus, que foi uma iniciativa com parceria deles também. No Riacho, eu já fiz Educação Ambiental com as crianças de escola que vão lá. Que mais? Ah, várias coisas. O Ação Global, que teve ano retrasado aqui em São Bernardo, que mobilizou bastante a cidade e que foi lá no Vera Cruz, também participei.

P – E esse tipo de ação dá resultado? Você está no caminho de mudar o mundo?

R – Ah, isso é o que a gente sempre almeja, né, a gente espera que as pessoas se conscientizem. Claro que não todo mundo, né, mas se de dez pessoas que a gente conversa, uma, duas realmente tentam fazer a diferença, isso pra mim já é gratificante porque a gente está fazendo o nosso papel e vê que está tendo resultado, né?

P – Obrigado, Luiz. Valeu.

R – Obrigado.

[Fim do depoimento]