Museu da Pessoa

Educando meninas

autoria: Museu da Pessoa personagem: Simone da Silva Camelo

Projeto Memórias no Metrô

Realização Instituto Museu da Pessoa

Entrevista de Simone da Silva Camelo

Entrevistada por Lenir Justo

São Paulo, 16 de maio de 2008

Código METRO_CB016

Transcrito por Walter Pereira

Revisado por Marina Tunes

P/1 - Vamos começar com você nos falando seu nome completo, local e a data do seu nascimento.

R - Meu nome é Simone da Silva Camelo, eu moro em São Paulo, e a minha data de nascimento é 23 de setembro de 1968.

P/1 - E você nasceu em São Paulo mesmo?

R - Em São Paulo mesmo.

P/1 - E qual é a sua atividade atual?

R - Assim, hoje eu desenvolvo uma atividade na Folha de São Paulo como analista de atendimento, mas eu tenho trabalhos paralelos, com eventos, artes. Eu trabalho muito nesse ramo também.

P/1 - E qual é o nome dos seus pais?

R - José e Manoela.

P/1 - E qual é a atividade deles?

R - Meu pai é falecido e hoje a minha mãe é do lar.

P/1 - E o seu pai fazia o quê?

R - Ele era autônomo.

P/1 - Com que tipo de coisa ele trabalhava?

R - Ele era autônomo, ele tinha um carrinho de pipoca.

P/1 - Legal. O bairro que você morava era em São Paulo, na sua infância?

R - Era em São Paulo.

P/1 - E você pode descrever esse bairro pra nós, como era na infância?

R - Posso. É um bairro na Zona Leste. Era uma rua sem saída muito legal, onde a gente se unia com as outras crianças, brincava muito. Quase que uma família, as casas. Morei lá por 27 anos. E foi muito bom morar naquele local. Hoje eu moro em outro local, mas aquela rua marcou a minha vida mesmo, porque era uma rua sem saída, lá a gente brincava de amarelinha, diversas brincadeiras que hoje em muitos lugares que as pessoas moram, com condição, não têm possibilidade de brincar.

P/1 - Que bairro é esse, da Zona Leste?

R - É na Ponte Rasa.

P/1 - E teve alguns fatos que te marcaram mais na infância, que você possa contar?

R - Ah, são vários fatos. Um deles são as brincadeiras mesmo, que eu acho super importante hoje, né, nesse mundo da Informática, a gente acaba se perdendo. Nessa rua mesmo a gente brincava muito de amarelinha, carrinho de rolimã, a gente se unia pra fazer vários tipos de brincadeira.

P/1 - E atualmente em que bairro você reside?

R - Hoje eu moro em Itaquera, né, moro em condomínio. Então a gente já não tem esse acesso, minhas filhas, não tem esse acesso como eu tive no passado.

P/1 - Mas como é o bairro de Itaquera?

R - O bairro de Itaquera hoje, onde eu moro é Cohab [Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo] 2, muito prédio. Apesar que eu sou privilegiada, eu moro em frente ao parque chamado Raul Seixas, bastante conhecido e tem bastante opção de brincadeiras, tem árvores, assim. É bem interessante, mas é no Parque, não tenho acesso através do condomínio.

P/1 - E o que mais te chama atenção no teu bairro hoje?

R - No bairro que eu resido hoje é o Parque realmente. O Parque é um parque muito bem cuidado, tem bastante opções de brincadeiras pras crianças, e, assim, num ponto bastante estratégico.

P/1 - Você gosta de ler?

R - Gosto.

P/1 - E o que você tá lendo atualmente?

R - Então, hoje mesmo peguei um livro na biblioteca, Educando meninas. Eu tenho duas filhas, né, então eu gosto de estar sempre somando informações pra que eu possa formar duas pessoas que possam ser cidadãs brasileiras com valores e caráter. Então eu busco sempre leituras também nesse aspecto.

P/1 - Você tem alguns livros, assim, que te marcaram?

R - Ah, assim de bate pronto não lembro. Com exceção dos livros infantis, né. Mas, assim, também por eu ser evangélica, eu leio bastante livro evangélico. Tem um livro que eu li há pouco tempo, chama-se Os passos de uma mulher que serve a Deus. Esse livro é uma história de uma mulher, com esposo e família, que me marcou muito. Passagens, assim, vividas por ela, que também fez parte da minha vida. P/1 - Então tá bom. O que você achou de ter dado depoimento aqui pra gente?

R - Ah, eu achei essa ideia do Museu da Pessoa muito interessante, não conhecia. Eu achei bacana a oportunidade de poder passar minha história. E, assim, muito legal, que vocês continuem isso, nunca parem. Cada depoimento vai tá somando numa história num todo, pessoas com a humanidade.

P/1 - Legal, obrigada então.

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