Amigos do Vlado

Início: 2019
Fim: 2019

Um jornalista foi assassinado nos porões da ditadura que sufocou o Brasil entre 1964 e 1985. Foi mais um entre os tantos mortos e desaparecidos por obra do aparato repressivo então instalado no país, que adotava a cartilha da tortura e da violação de direitos como política de Estado. O dia era 25 de outubro de 1975, um sábado. O local, a sede do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), na rua Tutóia, na capital paulista. O personagem: Vladimir Herzog, de 38 anos, diretor de Jornalismo da TV Cultura, de São Paulo. O fato: depois de apresentar-se voluntariamente na manhã daquele dia para prestar depoimento, foi constrangido, torturado e morto. À tarde, o comando do Segundo Exército, ao qual o DOI-Codi estava subordinado, informou que a causa da morte do jornalista fora “suicídio”.

Em que pese a barbaridade do crime, sua morte não apagou a história de vida rica e generosa de um profissional inquieto, obcecado pela qualidade do jornalismo que praticava, devotado ao bem comum. Não obscureceu a lembrança do editor rigoroso, do amigo solidário, do intelectual instigador, do potencial cineasta pronto para desabrochar.

Sua morte não impediu que se revelasse uma vida a um só tempo intensa e fascinante, que hoje subsiste tanto na lembrança dos seus contemporâneos como em livros, pesquisas, trabalhos artísticos, escolas, logradouros e prêmios de jornalismo. E na atuação do Instituto Vladimir Herzog (IVH). Esse projeto de histórias sobre Vladimir Herzog, produzida pelo Museu da Pessoa e o IVH com base na memória de pessoas que lhe foram – e são – próximas, é o retrato de uma época e uma pauta para o futuro. Uma celebração da vida. Vlado vive.

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